ORGÂNICA:
Apresentação no 18º Festival Cenas Curtas do Galpão Cine-Horto - Belo Horizonte - MG
Orgânica é um trabalho que constitui uma linguagem artística híbrida, nascido da relação entre imagem, corpo e movimento e da transdisciplinaridade entre o audiovisual e a arte corporal. Propõe uma estética onde o real se contrasta com o virtual, pensando numa poética que reflete sobre o movimento corporal e o transforma pela incorporação do vídeo na cena.
No escuro de uma sala preta, as movimentações registradas a priori em um espaço-natureza, são projetadas e sobrepostas em corpos fluidos, porém firmes e atentos. Na transição entre o espaço de fora e o espaço de dentro, imagens se sobrepõem a novas imagens, movimentos se sobrepõem como camadas vivas transformando os corpos dançantes em paredes de pele que criam e reproduzem movimentos e estados de presença.
Intérpretes-criadoras: Francine Leite, Lara Santos, Priscylla Lobato
Produção: Aline Vilela, Gabriela Gasparotto, Isa Mariah
Direção: Coletivo Provisórias
Vídeo: Luiza Matheus
Música: Raphael Bravin (Fumaça)
Iluminação: Israel Levy
Resenha Crítica – Soraya Martins
Três corpos femininos. Corpos diferentes em diálogo com o espaço-tempo da natureza e com o feminino singular que habita cada um dos corpos das três mulheres. Orgânica, de Belo Horizonte (MG), joga com os movimentos desses corpos na natureza via projeção ao mesmo tempo em que, ao vivo, em cena, compõe uma dramaturgia corporal que indica que esses corpos são mais do que corpos, são corpos- tela, digital, corpos de enunciado e enunciação, corpos culturais preenchidos não pela palavra, que muitas vezes só faz esvaziar, mas pelo grito silencioso que ressignifica o lugar mesmo do(s) feminino(s). As tessituras-camadas de Orgânica, que jogam com dança, som e vídeo, jogam também com as dimensões do real-virtual, não somente na esfera do contraste, como também na composição de uma estética que concretiza o imaginário e ficcionaliza o real.
http://galpaocinehorto.com.br/no-calor-da-cena-15-09-por-soraya-martins/